tag:blogger.com,1999:blog-75788515566106006562024-03-13T03:42:53.863-07:00CÍRCULO UNIVERSITÁRIO DE INTEGRAÇÃO E CULTURACírculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-7239015993385263772011-07-02T15:10:00.000-07:002011-07-05T08:06:43.668-07:00NO PAÍS ONDE TODOS VÊEM, UM ENSAIO SOBRE A VISEIRA: KAFKA, ORWELL, TRUFFAUT E A IDENTIDADE BRASILEIRA<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13px;">Montag é bombeiro em uma sociedade totalitária, um profissional que queima livros, todos eles, já que proibidos. Fiel a seus afazeres e, conseqüentemente, à lei que os condiciona, dedica-se à atividade incendiária sem questionamentos, pois assim lhe ensinaram a proceder. Tudo se modifica, no entanto, quando alguém revolucionariamente lhe pergunta: por que age dessa forma? Desperto de uma vida moralmente não experienciada, preestabelecida pelas prescrições jurídicas totalizantes, [1] Montag também se coloca fora de sua comunidade quando, em atividade tipicamente reflexiva, zetética, questiona: por que razões pode alguém querer entender as razões da lei? Ora, pela natureza deste pensamento, acaba-se por questioná-la igualmente. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">É esse, sucintamente, o eixo central da película <i>Fahrenheit 451</i> (ING, 1966, 112 min.), de François Truffaut, adaptação cinematográfica do romance homônimo de Ray Bradbury. Obra marco acerca da alienação encoberta do dia-a-dia, da gênese social da esquizofrenia pela hipostasia do medo, enquadra-se em ciclo literário consagrado, do qual se destacam os livros <i>1984</i>, de George Orwell, e <i>O Processo</i>, de Kafka, textos máximos sobre as tendências geradoras do comunismo stalinista e do fascismo, mas, mais do que isso, de uma versão exacerbada desses, em que o Estado, além de excessivamente interventor e burocratizado, não necessita mais afirmar-se pela história. [2]<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Ora, a constante nas ficções supramencionadas é justamente a ausência de passado, de uma história pessoal ou política que se possa afigurar compreensível. Nelas, assim, a própria possibilidade da história se viu destruída. O protagonista de <i>O Processo</i>, K., sequer tem um nome sonante identificável. Suas memórias são esparsas e confusas. [3] K. não compreende, da mesma forma, parte alguma do processo contra si movido, já que insondáveis e infindáveis os mecanismos burocráticos, distanciados do comum dos homens.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"> Em <i>Fahrenheit 451</i>, Montag, depois de questionar a lei e iniciar, clandestinamente, a leitura de livros, a conhecer histórias de outros indivíduos e, portanto, a perceber que tem uma, pergunta a sua esposa, Linda, se lembra de quando se conheceram, no que ela, surpresa, responde negativamente. [4] O único contato de Montag com a autoridade é através de suas instituições repressivas, e isso porque delas faz parte. No entanto, mesmo sendo bombeiro, acha ridícula a suposição de que no passado esses profissionais apagassem incêndios, pois “casas foram sempre à prova de fogo”. A própria autoridade não mais sabe o que foi e, conseqüentemente, o que é.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">O mais significativo de todos, contudo, é Winston, de <i>1984</i>, que, como primeiro ato de rebeldia contra a ordem que vê, mas não entende, começa a registrar a sua própria história pessoal em um diário. Digna de referência é a passagem em que a rebeldia de Winston se instaura, no momento em que decide abrir o diário comprado clandestinamente e nele escrever, quando, em completo desespero, percebe que sequer sabe qual é o ano no qual se encontra: <i>O que agora se dispunha a fazer era abrir um diário. Não era um ato ilegal (nada mais era ilegal, pois não havia mais leis), porém, se descoberto, havia razoável certeza de que seria punido, por pena de morte, ou no mínimo vinte e cinco anos num campo de trabalhos forçados. [...] Na verdade, não estava habituado a escrever a mão. Exceto recados curtíssimos, o normal era ditar tudo ao falaescreve, o que naturalmente era impossível no caso. Molhou a pena na tinta e hesitou por um segundo. Um temor lhe agitara as tripas. Marcar o papel era um ato decisivo. Com letra miúda e desajeitada escreveu: 4 de abril de 1984. Encostou-se ao espaldar. Descera sobre ele uma sensação de completo desespero. Para começar, não sabia com a menor certeza se o ano era mesmo 1984</i>. [5]<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"> Nos regimes fictícios – ou nem tanto – com os quais trabalhamos é manifesta a ausência de uma lógica narrativa que reconheça as pessoas e sua história privada e pública, e o exacerbamento de uma lógica burocrática que restringe o campo dos destinos singulares e das morais comunitárias. Neste sentido, tais obras retratam uma realidade na qual não se configura uma concretude contextualizada que embase as construções comunitárias abstratas – a proposição ou outorgação de leis. Nas sociedades apresentadas, faz-se impossível que pela abstração e racionalidade estatais se construa um futuro com base no passado legado ao presente pela lógica narrativa. Do passado nada se aproveita, do presente nada se entende, mas para o futuro se caminha – às cegas e arbitrariamente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Assim, compreendem-se os motivos para a rebeldia através da história. Negar o passado, considerá-lo sempre algo a ser evitado, é atentar contra qualquer construção valorativa consuetudinária, a qual é alicerce necessário para a consolidação de regimes estáveis e justos, na medida em que garante o reconhecimento privado e singular dos valores públicos e coletivos, e vice-versa. Portanto, em um país em busca de si, de sua identidade, é urgente que se atente para o testamento que lega o passado, e não a valorização daqueles atos de pura vontade pelos quais, sem basear-se neste legado, busca-se construir um futuro melhor. É lastimável, por isso, o fato de no Brasil muitos utilizarem a pior das viseiras, a que impede a visualização e aproveitamento do passado, impossibilitadora de qualquer compreensão mútua entre o poder público e os sujeitos concretamente tomados.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-indent: 40.75pt;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right; text-indent: 40.75pt;"><b><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Lucas do Nascimento</span></b><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right; text-indent: 40.75pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Coordenador Geral Discente do CUIC<br clear="all" style="mso-special-character: line-break;" /> <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-indent: 40.75pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"> </span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 40.75pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 9pt;">[1] Condição humana que é fruto da pura aceitação da lei positiva e neutra em detrimento do substrato valorativo das instituições e da consciência moral dos sujeitos, isto é, do desejo de segurança frente à natural impredizibilidade da vida humana. Sobre o ponto, cf. ARENDT, Hannah. <b>Entre o passado e o futuro</b>. 6. ed., trad. de Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspectiva, 2007. p. 92.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 40.75pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 9pt;">[2] Na experiência mundial verificável, no que toca aos regimes totalitários concretizados, a constante indicativa de alienação foi a inexistência de histórias pessoais, possíveis instituintes da identidade individual dos seres, a partir da sempre presente afirmação de uma história estatal marcadamente construída, artificial, com a qual todos deveriam se identificar, facilitando a existência do homem totalmente político ou do cidadão total, pois a identidade dos sujeitos, dessa forma, passa a se confundir com a do Estado. O cotidiano dos homens, nessas sociedades, é construído de forma a aniquilar a existência do particular, ao mesmo passo em que se afirma fortemente a unidade de identidade do corpo político, no qual todos se fundem. Acerca do Estado total e do cidadão total, cf. BOBBIO, Norberto. <b>O futuro da democracia</b>. Trad. de Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 54-55.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 40.75pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 9pt;">[3] Há discussão até mesmo sobre a correta organização cronológica dos capítulos dessa obra. Cf. CARRONE, Modesto. Um dos maiores romances do século. In: KAFKA, Franz. <b>O processo</b>. Trad. de Modesto Carrone. Rio de Janeiro: O Globo; Folha de S. Paulo, 2003. p. 246-247.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 40.75pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 9pt;">[4] Julgamos conveniente transcrever o diálogo completo presente na versão cinematográfica de Truffaut, em cena iniciada quando Montag descobre Linda retirando livros do esconderijo que havia criado. Legenda: M - Montag, L - Linda. “M - O que você está fazendo, Linda? / L - Encontrei estas coisas em casa. Eu não quero estas coisas, Montag. Elas me assustam. / M - Você passa o tempo inteiro na frente daquela ‘família’ na parede [programa de televisão interativo]. Estes livros são a minha família. Quando nos encontramos pela primeira vez? E onde? / L - O quê? / M - Quando nos conhecemos? / L - Não sei. Deixe-me pensar. Não, não consigo me lembrar. / M - Isso é um tanto triste, não acha? Eu acho. Eu acho que é muito triste. Por trás de cada um destes livros existe um homem. É isso que me interessa. Por isso, deixe-os em paz e volte para a cama”.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 40.75pt;"><span lang="EN-US" style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 9pt;">[5] ORWELL, George. <b>1984</b>. 17. ed., trad. de Wilson Velloso. </span><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 9pt;">São Paulo: Ed. Nacional, 1984. p. 11-12.<o:p></o:p></span></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-45823570831187147552011-06-26T13:45:00.000-07:002011-07-05T07:53:01.723-07:00CUIC seleciona novos membros!<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"></span></span><br />
<div style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O <strong style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Círculo Universitário de Integração e Cultura </strong><strong style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">está selecionando novos membros!</strong></span></div><div style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><b><br />
</b></span></div><div style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><div style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0.8em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><div style="line-height: 19px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Idealizado em 2008 por estudantes da Faculdade de Direito da UFRGS, e coordenado academicamente pelo Prof. Dr. Salo de Carvalho, objetiva promover a reflexão e difusão artístico-cultural no meio universitário, tendo ainda como objetivos a integração entre os diferentes cursos universitários e entre esses e a comunidade, ancorando-se na interdisciplinaridade.</span></span></div></div></div><div style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 19px; margin-bottom: 0.8em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O CUIC é aberto a <strong style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">estudantes de todos os cursos universitários. </strong>Caso esteja interessado em participar, envie e-mail informando curriculum vitae, instituição de origem e telefone de contato para <a href="mailto:cuic.ufrgs@gmail.com" style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" target="_blank">cuic.ufrgs@gmail.com</a> até o <strong style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">dia 05 de julho </strong>de 2011. A seleção consistirá em uma entrevista na qual o candidato falará sobre o seu interesse em participar do projeto. A entrevista ocorrerá no<strong style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"> dia 14 de julho</strong>, entre as 11h45 e as 12h45, na Sala Alberto Pasqualini da Faculdade de Direito da UFRGS.</span></div><div style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 19px; margin-bottom: 0.8em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Espera-se dos candidatos interesse em estudo nas áreas de Direito, Literatura, História, Filosofia e Cinema, protagonismo e ânimo para a realização de eventos acadêmicos, bem como participação em reuniões de formação e do Conselho Deliberativo do CUIC, das quais provêem os encaminhamentos do programa.</span></div><div style="font-family: 'Segoe UI', Calibri, 'Myriad Pro', Myriad, 'Trebuchet MS', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 19px; margin-bottom: 0.8em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Seja integrante do CUIC, e ajude a fazer da universidade um canal efetivo de comunicação entre diferentes cursos e culturas!</span></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-75787141263459448402011-06-26T13:28:00.000-07:002011-06-26T13:29:18.252-07:00Programação de Junho/Julho 2011: PARTICIPE!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-PO2fEAluFKI/TgeWOHvXjNI/AAAAAAAAACU/ulEB_Dnjm00/s1600/Programa%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-PO2fEAluFKI/TgeWOHvXjNI/AAAAAAAAACU/ulEB_Dnjm00/s400/Programa%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="282" /></a></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-55961477149605791592011-06-10T12:19:00.000-07:002011-06-10T12:25:52.748-07:00Direitos Fundamentais em Tela: A Invenção da Infância<div align="JUSTIFY" class="western"><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">O CUIC - Círculo Universitário de Integração e Cultura da UFRGS e o Grupo 10 do SAJU - Serviço de Assessoria Jurídica Universitária da UFRGS, com apoio do Centro Acadêmico André da Rocha (CAAR), convidam para o evento </span></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">DIREITOS FUNDAMENTAIS EM TELA: A INVENÇÃO DA INFÂNCIA</span></b></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">, que ocorrerá no </span></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><u><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">dia 15 de junho (quarta-feira), a partir das 18h, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS</span></u></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">. Contaremos com a participação de algumas das maiores autoridades do Estado na temática de Direito da Infância, como do Secretário Adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul, </span></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">Miguel Granato Velasquez</span></b></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;"> (especialista em direito comunitário e em infância e juventude), e da Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude do MP/RS, </span></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">Maria Regina Fay de Azambuja </span></b></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">(doutora em Serviço Social e professora de Direito da Criança e do Adolescente na PUC/RS). Também participará do encontro a cineasta e Ma. em Ciência Política </span></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">Liliana Sulzbach</span></b></span></span><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">, diretora do documentário </span></span></span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=BCJQW6YHfHI"><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">A Invenção da Infância</span></i></span></span></a><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;"> (BRA, 2000, 26mins), que, nessa oportunidade, será exibido.</span></span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western"><span style="color: black;"><span style="font-family: Arial;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">.</span></span></span></div><div align="CENTER" class="western"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/--gllZpOArhg/Te7lOaxJs0I/AAAAAAAAACM/yy7fYbnNPHQ/s1600/Cartaz.jpg"><img align="BOTTOM" border="0" height="400" name="figura1" src="http://1.bp.blogspot.com/--gllZpOArhg/Te7lOaxJs0I/AAAAAAAAACM/yy7fYbnNPHQ/s400/Cartaz.jpg" width="282" /></a></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="border: none; padding: 0cm;"><br />
<br />
</div><div align="JUSTIFY" class="western"><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">Informações e inscrições podem ser realizadas no CAAR (Av. João Pessoa, n. 80, Porto Alegre - RS), presencialmente ou pelo e-mail <a href="http://www.blogger.com/mc/compose?to=caarufrgs@gmail.com" target="_blank">caarufrgs@gmail.com</a>. Certificados de 5h de atividades complementares poderão ser emitidos ao custo de R$5,00.</span></span></span></div><div align="RIGHT" class="western" style="color: orange;"><br />
<div style="color: white;"><br />
</div></div><div align="RIGHT" class="western"><div style="color: white;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;">Venha refletir e debater,</span></i></span></div><div style="color: orange;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i><span style="background: none repeat scroll 0% 0% transparent;"><span style="color: white;">contamos com a sua presença! </span></span></i></span></div></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-27980038287061885572011-06-10T11:35:00.000-07:002011-06-10T12:24:48.547-07:00CUIC apoia evento "Direito, Medicina, Economia - Perspectivas orientadas pela Bioética"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-4UtBE1YlYV4/TfJjnHw6voI/AAAAAAAAACQ/VmdsO9CXHgg/s1600/Cartaz-Evento-Bio%25C3%25A9tica-14.06.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://2.bp.blogspot.com/-4UtBE1YlYV4/TfJjnHw6voI/AAAAAAAAACQ/VmdsO9CXHgg/s400/Cartaz-Evento-Bio%25C3%25A9tica-14.06.jpg" width="281" /></a></div><br />
<span style="color: white; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">Incrições em <u>http://nedep.org/bioetica</u></span>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-74496088696464905432011-04-09T13:02:00.000-07:002011-04-09T23:01:20.105-07:00Direito e Literatura: um exercício de desaprendizagem<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 17px;"></span><br />
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Publicado na 29 edição do Jornal Est</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">ado de Direito.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><br />
</span></span><br />
<div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Judith Martins-Costa <a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/Novo(a)%20Documento%20do%20Microsoft%20Office%20Word.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span></span></a></span></span></div></div><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Entre Direito e Literatura há algumas semelhanças e muitas diferenças. A maior das semelhanças está na circunstância de a narração literária e a narração jurídica serem forças estruturantes de um mesmo <i>Nomos, </i>o universo normativo em que vivemos tanto quando vivemos no <i>Cosmos</i>, o mundo físico em que progressivamente nos inserimos desde o nosso nascimento (R. Cover). O universo normativo é um “universo narrativo”: normatizar é inseparável do narrar. Narra-se o texto da lei, narram os que dizem o que a lei diz.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Toda narração é constitutiva. É no <i>Nomos</i>, diz Robert Cover,<i> </i>que descobrimos a alteridade e aprendemos a nos mover entre as normas; é no <i>Nomos</i> que conhecemos e operamos os nossos conceitos normativos. Fundados nessa coabitação normativa em tudo semelhante à coabitação psíquica ou à coabitação linguística, “criamos e sustentamos, constantemente, um mundo do bem e do mal, do legal e do ilegal, do válido e do inválido”, relativamente aos quais as regras e os princípios, as instituições solenes do Direito e as convenções da ordem social constituem apenas uma pequena parte, pois “nenhum conjunto de instituições jurídicas, nenhum conjunto de prescrições existe independentemente das narrações que os situam e lhes dão sentido” (R. Cover).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É nesse ponto, precisamente, que encontro a primeira razão para o trabalho comparativo (desde que seriamente levado a efeito) entre Direito e Literatura. Ambos se ocupam de muitos temas comuns: casamento, testamento, pena, culpa, castigo, dinheiro, risco, os laços sociais e as suas rupturas; ambos, igualmente, repousam em ficções, no “como se”, muito embora no Direito estas sejam ficções necessárias à produção de uma coerência sem a qual não seria possível ordenar (Biet), muito embora a Literatura, frequentemente, se aposse dos “como se” do Direito para as por em causa, pela sátira ou pela reflexão.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O que mais importa, contudo, são<i> as diferenças</i>. É pelas diferenças, comparativamente estruturadas, que a associação entre Direito e Literatura encontra, a meu juízo, a maior relevância.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O Direito, disse Bernard, é ao mesmo tempo espelho e geômetra do mundo; já a Literatura nada quer espelhar nem ordenar – sua função é subverter. A Literatura não é “representação” do real, é constituição/reconstrução do real, pela palavra. Não ordenando, mas subvertendo, pode re-situar os outros discursos, as demais narrações estruturantes do <i>Nomos.</i><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A capacidade da Literatura para re-ordenar os outros discursos, deriva fundamentalmente, segundo Bessiere, da conjugação entre três traços: o transporte, a não-literalidade e a plurivocidade. Diferentemente do discurso da lei, fundado numa pretensão de composição entre <i>littera</i> e espírito, entre texto e significado, a palavra literária marca a <i>distância da literalidade</i> e, por isso mesmo, <i>trans-porta</i> permitindo visualizar, compreender, relativizar e preencher os conceitos utilizados pelo jurista. A plurivocidade decorre de o texto literário – sendo feito de deslocamentos, contaminações, predações, automatismos, intertextos – estar “fora do reconhecimento por uma voz singular” (Bessiere) permitindo, justamente, mensurar o que <i>não é </i>a nossa voz pessoal. Por conta da conjugação entre essas três características os textos literários viabilizam o compartilhamento de critérios de representação de uma dada comunidade conferindo a condição de sua inteligibilidade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O compartilhamento de critérios integra e constitui o <i>Nomos,</i> estruturando o chão da coahabitação normativa. No mundo normativo, afirma Robert Cover, o Direito e a narração estão inseparavelmente ligados, pois toda prescrição exige ser situada no interior de um discurso, sendo precedida por uma história, um destino, um início e um fim, uma explicação e uma finalidade. A narração explicita as normas, conferindo a sua significação: sem o suporte narrativo toda norma seria vazia de sentido. É por isso que viver em um mundo jurídico, “exige conhecer não apenas os preceitos, mas, igualmente, aquilo que os liga aos estados de coisas possíveis e plausíveis, o que demanda sermos capazes de integrar “o ser” e o “dever ser” e, igualmente, o “pode ser”. O “mundo comum” de que falara Cover é o mundo tecido pelas relações de “co-presença” (Genette), de inclusão, e, também, por relações de derivação, da existência de textos em relação. Entre narração (literária) e normação (jurídica) existe um <i>nexo dinâmico,</i> aquela tecendo a trama desde a qual a norma é compreensível, conferindo-lhe os significados, ressignificando-as, preenchendo os espaços vazios, interagindo, dialogando, pois <i>o Nomos é intertextual</i>.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os critérios compartilhados aptos a tornar inteligível certo discurso, são encontrados no Direito, modo geral, na narração doutrinária. Esta resulta na formulação de <i>modelos hermenêuticos</i> destinados a atuar como espécie de metalinguagem, cujo valor é não apenas cognoscitivo, mas, verdadeiramente, <i>constitutivo</i> da própria experiência jurídica (Miguel Reale). É, portanto, concomitantemente, narração e normação. O que, porém, está por detrás dos textos doutrinários em sua tarefa de narrar/normatizar os critérios? Quais são os traços deixados na <i>concha – </i>isto é, nos conceitos, objeto da narração doutrinária – pelos seus antigos locutores, que continuam a pesar em nosso raciocínio?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tal qual o marisco que um dia habitou a concha abandonada na praia e está hoje desaparecido – mas nela deixou os seus traços -, também assim certas palavras (como licitude; personalidade; culpa; risco; responsabilidade; contrato; patrimônio; propriedade; família; igualdade sucessória, etc) cotidianamente usadas pelos juristas são “palavras habitadas” que, no seu curso, “nunca esquecem seu trajeto, nunca se desembaraçam totalmente do domínio dos textos concretos a que pertencem” (Bakhtin). Por isso o seu sentido mostra-se melhormente compreensível em sua riqueza quando ouvimos as vozes transportadas literariamente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Daí a relevância do trabalho comparatista entre esses dois campos narrativos-normativos, traçando-se a comparação pelo método da estruturação entre as diferenças. Abandonada a pretensão da similitude entre os campos, poderemos compreender que os textos literários – suspendendo os juízos, questionando os vereditos, representando as representações do Direito – funcionam como um instrumento de ótica sem equivalente, capaz de mostrar aquilo que os textos da doutrina não podem expor: o modo pelo qual, minuciosamente, se engrenam cotidianamente, por signos quase invisíveis, as normas e os costumes, as instituições e as trajetórias sociais (Tessier-Erminger). Os textos literários atuam, pois, na <i>desaprendizagem</i> dos significados estratificados pela mentalidade, pelo senso comum dos juristas, e, consequentemente, nos ensinam a <i>ver, </i>compreendendo sobre o que estamos realmente a falar quando empregamos, obnubilados, as palavras de nosso cotidiano forense.<o:p></o:p></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br clear="all" /> </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7578851556610600656&postID=7449608869646490543" name="_ftn1"></a><a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/Novo(a)%20Documento%20do%20Microsoft%20Office%20Word.docx#_ftnref1" title="">[1]</a><i> </i>Judith Martins-Costa é vice-presidente do IEC – Instituto de Estudos Culturalistas. Livre-Docente pela Universidade de São Paulo. Foi professora de Direito Civil na Faculdade de Direito da UFRGS entre 1992 e 2010. O texto aqui reproduzido sintetiza o que escreveu em:<i><span style="border-bottom-color: windowtext; border-bottom-style: none; border-bottom-width: 1pt; border-left-color: windowtext; border-left-style: none; border-left-width: 1pt; border-right-color: windowtext; border-right-style: none; border-right-width: 1pt; border-top-color: windowtext; border-top-style: none; border-top-width: 1pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"> </span></i>NARRAÇÃO E NORMATIVIDADE – Ensaios de Direito e Literatura, a ser brevemente publicado pela Editora GZ, Rio de Janeiro<i>.</i></span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div></div><br />
<div><div id="ftn1"></div></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-46708277599334273582011-04-08T21:16:00.000-07:002011-04-09T22:50:07.153-07:00Resenha - "Antígona" para além do Direito Natural: edição indispensável aos estudiosos da tragédia sofocleana<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"></span></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;"></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lucas do Nascimento <a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/(2011-1)%20Resenha%20para%20o%20jornal%20'A%20Toga'%20-%20'Ant%C3%ADgona%20para%20al%C3%A9m%20do%20Direito%20Natural'.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-jNz31iFwc9o/TZ_xvcfNvmI/AAAAAAAAABk/VTcqC-kSPTI/s1600/%25282011-1%2529+Imagem+para+a+resenha+%2527Ant%25C3%25ADgona+para+al%25C3%25A9m+do+Direito+Natural%2527.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-jNz31iFwc9o/TZ_xvcfNvmI/AAAAAAAAABk/VTcqC-kSPTI/s200/%25282011-1%2529+Imagem+para+a+resenha+%2527Ant%25C3%25ADgona+para+al%25C3%25A9m+do+Direito+Natural%2527.jpg" width="140" /></span></a></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><span style="line-height: 115%;">ANTÍGONA</span></b><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><span style="line-height: 115%;">Sófocles</span></b><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tradução: Lawrence Flores Pereira<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><span lang="EN-US" style="line-height: 115%;">Introdução e notas: Kathrin Holzermayr Rosenfield</span></b><span lang="EN-US" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: black; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-color: black; border-bottom-style: none; border-bottom-width: 1pt; border-left-color: black; border-left-style: none; border-left-width: 1pt; border-right-color: black; border-right-style: none; border-right-width: 1pt; border-top-color: black; border-top-style: none; border-top-width: 1pt; line-height: 115%; padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"> </span><b><span lang="EN-US" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span lang="EN-US" style="line-height: 115%;">Ed. TOPBOOKS, </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">208 p.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><span style="line-height: 115%;">Antígona</span></i><span style="line-height: 115%;">, de Sófocles, suscita acirrados debates há séculos. Somente nos últimos dois, produziram-se dezenas, se não centenas de abordagens sobre a tragédia. Representada pela primeira vez em 441 a.C., em Atenas, a obra nasceu sob os auspícios da genialidade sofocleana, recebendo efusivo acolhimento na <i>polis</i> ateniense. Contudo, apenas destacou-se nas discussões jurídicas modernas por meio de Hegel. A abordagem, ainda hoje realizada, que sublinha o conflito entre direito natural e direito positivo em <i>Antígona</i> remonta à mudança de leitura efetuada pelo filósofo alemão, que estabeleceu novos cânones para a interpretação da obra. Não fossem contribuições intelectuais como as de Kathrin Rosenfield e traduções como a de Lawrence Flores Pereira, arriscaríamos, no Brasil, a permanecer limitados a uma compreensão excessivamente alegórica da tragédia, simplificando sua complexidade em um conflito entre poucos e pobres elementos abstratos, isto é, os de direito natural e de direito positivo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na edição de <i>Antígona</i> da qual por ora se trata, o tradutor e a comentarista norteiam o seu trabalho na leitura realizada pelo poeta Hölderlin, expoente do romantismo alemão. Contudo, servem-se também de outras edições consagradas sobre a tragédia (Jebb, Mazon, Schadewaldt, Reinhardt, Dawe, Bollack e Loraux), colocando-a em debate sob diferentes pontos de vista. Como se não bastasse a qualidade das fontes, acertam na metodologia: com vistas às ambigüidades e nuances do texto grego, os autores preocupam-se com o desbravamento de seu “subtexto”, ou seja, da riqueza e complexidade que afloram “da superfície aparentemente equilibrada e racional da poesia sofocleana” (p. 10). Não é por outro motivo que, atentos ao que há de trágico na tragédia, ao sutil e poético da experiência de vida humana, conseguem retirar do estudo importantes e singulares resultados. Vejamos o contexto visualizado pelos autores, a partir do qual se desenvolverão os grandes e pequenos conflitos nesta edição de <i>Antígona</i>, garantindo sua originalidade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Antígona pertence à linhagem dos Labdácidas, ou seja, à linhagem dos reis de Tebas. Em <i>Édipo Rei</i>, Laio, seu avô e rei de Tebas, é morto por seu pai, Édipo, que casa com sua mãe, Jocasta, tornando-se o novo rei da cidade. Em outras palavras, Édipo mata o próprio pai sem o saber, se une com sua própria mãe, também sem conhecimento do parentesco, e gera filhos dessa união, isto é, Antígona, Polinices, Etéocles e Ismene. Portanto, Antígona nasce de um incesto, sendo ao mesmo tempo irmã e filha de Édipo, assassino de seu avô. Dessa maneira, instaura-se não apenas uma problemática de cunho religioso (poluição de Tebas pelo destino de seus dirigentes), mas também familiar (genealógica) e dinástica (política) mais ampla.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em razão de tais fatores, a desgraça e a morte se abatem sobre Édipo e sobre Jocasta. <a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/(2011-1)%20Resenha%20para%20o%20jornal%20'A%20Toga'%20-%20'Ant%C3%ADgona%20para%20al%C3%A9m%20do%20Direito%20Natural'.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[2]</span></span></span></a> Os dois irmãos de Antígona entram, então, em um acordo sobre se revezarem em períodos de um ano no trono de Tebas. No entanto, Etéocles desrespeita o pacto e não passa ao irmão o trono da cidade no período acordado, o que leva Polinices a aliar-se à <i>polis</i> de Argos, a fim de submeter Etéocles à força. Dessa forma, os irmãos digladiam-se pelo trono de Tebas, a ponto de por pouco não levarem a cidade à ruína. Os dois acabam por matarem um ao outro, fratricidas e suicidas, pelo sangue derramado ser o do irmão ao mesmo tempo que o próprio. Cometem, portanto, dupla transgressão, em ameaça redobrada ao solo pátrio. <a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/(2011-1)%20Resenha%20para%20o%20jornal%20'A%20Toga'%20-%20'Ant%C3%ADgona%20para%20al%C3%A9m%20do%20Direito%20Natural'.docx#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[3]</span></span></span></a> <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quem salva Tebas é Creonte, descendente de Meneceu e Oclaso e, portanto, pertencente a uma linhagem de conselheiros reais e de regentes. Para isso, sacrifica seu filho Megareu, “coroando gloriosamente seus serviços meritórios” (p. 13-14) à cidade. Contudo, por maiores que tenham sido seus esforços, vê Tebas e suas pretensões à realeza ameaçadas pelos Labdácidas, linhagem em desgraça que permanece viva e em Tebas sob as figuras de Antígona e de Ismene.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma das maiores virtudes desta edição de <i>Antígona</i> é manter sempre em vista o contexto no qual se desenvolve a obra, ou seja, em que ambiente se insere a interdição de Creonte em relação ao enterro de Polinices e a desobediência de Antígona para com Creonte. Antígona não só é a viva personificação de uma amaldiçoada linhagem de reis, como é mulher e tem direitos em relação ao trono. Lembra Kathrin que na época em que a peça <i>Antígona</i> foi apresentada, existia em Atenas a instituição do <i>epiklerado</i>, “que garantia à filha de um rei morto sem descendência o direito e o dever de parir um descendente para seu pai” (p. 16). Além do mais, Antígona é uma ameaça não-passiva, já que rebelde aos intentos de Creonte.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Enquanto isso e por outro lado, Creonte é o instrumento de uma ordem que se julga necessária frente ao caos. Procura ele afirmar o seu poder na arruinada cidade que salvara, o que faz entendendo proteger Tebas daqueles que a desgraçaram, a linhagem dos Labdácidas. Como se percebe, a tragédia está longe de limitar-se ao embate dicotômico entre direito natural e direito positivo. É nesse sentido que Kathrin identifica não um, mas três grandes conflitos em <i>Antígona</i>: o enterro de Polinices; o governo de Tebas; e a purificação da cidade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Com grande conhecimento sobre as práticas do mundo antigo, os autores desenvolvem esses problemas e outros mais deles decorrentes. Surpreendentemente, conciliam o aparentemente inconciliável, isto é, o espírito científico e o rigor metodológico com a riqueza artística, em uma tradução produzida para a encenação de <i>Antígona</i> no palco. <a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/(2011-1)%20Resenha%20para%20o%20jornal%20'A%20Toga'%20-%20'Ant%C3%ADgona%20para%20al%C3%A9m%20do%20Direito%20Natural'.docx#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[4]</span></span></span></a> É dessa forma que os autores, de maneira ímpar, tornam esta uma edição essencial para aqueles que, em língua portuguesa, adentrarem no complexo universo da mais conhecida tragédia de Sófocles.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7578851556610600656&postID=4670827759933427358" name="_ftn1"></a><a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/(2011-1)%20Resenha%20para%20o%20jornal%20'A%20Toga'%20-%20'Ant%C3%ADgona%20para%20al%C3%A9m%20do%20Direito%20Natural'.docx#_ftnref1" title="">[1]</a> Lucas do Nascimento é bacharelando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Coordenador Geral do CUIC (desde 2009).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7578851556610600656&postID=4670827759933427358" name="_ftn2"></a><a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/(2011-1)%20Resenha%20para%20o%20jornal%20'A%20Toga'%20-%20'Ant%C3%ADgona%20para%20al%C3%A9m%20do%20Direito%20Natural'.docx#_ftnref2" title="">[2]</a> O destino de Édipo e o de Jocasta encontram-se narrados nas obras <i>Édipo Rei</i> e <i>Édipo em Colono</i>, ambas de Sófocles.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7578851556610600656&postID=4670827759933427358" name="_ftn3"></a><a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/(2011-1)%20Resenha%20para%20o%20jornal%20'A%20Toga'%20-%20'Ant%C3%ADgona%20para%20al%C3%A9m%20do%20Direito%20Natural'.docx#_ftnref3" title="">[3]</a> Os episódios da guerra entre Etéocles e Polinices estão na tragédia <i>Os sete contra Tebas</i>, de Ésquilo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7578851556610600656&postID=4670827759933427358" name="_ftn4"></a><a href="file:///C:/Users/Lucas/Desktop/(2011-1)%20Resenha%20para%20o%20jornal%20'A%20Toga'%20-%20'Ant%C3%ADgona%20para%20al%C3%A9m%20do%20Direito%20Natural'.docx#_ftnref4" title="">[4]</a> Inclusive, Luciano Alabarse e seu elenco inspiraram-se nesta edição para, em parceria com Kathrin, Lawrence, além de atores, músicos, bailarinos e cantores, apresentarem <i>Antígona</i> nos palcos de Porto Alegre nos anos de 2004 e 2005.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div></div><span class="Apple-style-span" style="color: red; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<div><div id="ftn4"></div></div><br />
<div style="mso-element: footnote-list;"><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"></div></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-90181050071235779792011-04-03T20:07:00.000-07:002011-04-03T20:09:29.036-07:00O Grande Ditador (The Great Dictator, EUA, 1940)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/3OmQDzIi3v0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-71173772181219794122011-04-03T20:00:00.000-07:002011-04-09T22:42:15.284-07:00Uma visão aristotélica sobre “Se7en”<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Veyzon Campos Muniz [1]<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">O diretor David Fincher é conhecido por ter como característica marcante a preocupação com efeitos de som e luz casados com a exposição de seres humanos (e, por vezes, não humanos, como no caso de “Alien 3”), cujo comportamento e caráter são postos à prova diante de situações de tensão extrema, dando assim, aliado a uma edição perfeita, o<i> timing</i> de grande thriller a boa parte de suas películas. Em “Se7en” (New Line Cinema, EUA, 1995) esta marca do diretor não deixar de estar presente. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Destarte, fazendo uma análise filosófica dos protagonistas e do antagonista do filme, com base na leitura do Livro VII de “Ética a Nicômaco”, de Aristóteles, observa-se certas semelhanças de alguns dos perfis propostos na obra com os personagens do filme. Vamos à história. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Dois policiais, o jovem Detetive David Mills (Brad Pitt), em busca de ascensão na carreira policial, e o experiente Detetive William Somersett (Morgan Freeman), a uma semana da aposentadoria, são designados para conduzir a investigação de uma série de homicídios que vem acontecendo na cidade de Nova Iorque. Ambos acreditam que o responsável seja um serial killer que mata justificando-se na eliminação dos sete pecados capitais. Posteriormente, John Doe (Kevin Spacey), o responsável pelas mortes, se entrega, todavia, com seu “trabalho” ainda inacabado.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Mills é um exemplo perfeito do que Aristóteles chamaria de incontinente. Age visando objetivos e finalidades boas e racionais, porém, sem qualquer moderação e autocontrole (é excessivamente impetuoso). Ele pensa que a melhor forma de fazer o que faz é aquela, e está errado. Não é de todo mau, mas pelo hábito, acaba sendo. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Somersett é um homem incrédulo no mundo, sendo perceptível que a sua experiência e a sobreposição de sua vida profissional o tenha tornado assim. É bastante ponderado e preciso com as palavras e as atitudes. Age de forma mais agressiva quando é necessário. É continente, sabe como agir e se posicionar diante das situações extremadas pelas quais passa. Não é virtuoso, mas é racional. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">John Doe, que em um primeiro momento poderia ser visto como um ser bestial, não o é. Afinal, não é sobre-humano e age com meticulosidade e inteligência. Em um segundo olhar, poderia se pensar que é um incontinente, pois tenta demonstrar constantemente sua racionalidade. Por certo age com consciência, mas não é motivado pela razão e sim pelo seu praz</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">er. Sua argumentação não se sustenta e não pode se arrepender. Age com paixão e pelo ap</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">etite. É vicioso, nos termos de Aristóteles. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Em síntese, mais do que uma oportunidade de reflexão filosófica, o filme “Se7ven” proporciona 128 minutos de muita tensão e emoções das mais diversas. Com um dos finais mais surpreendentes do cinema, vale a pena ser assistido (e revisto). <o:p></o:p></span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;"><br />
</span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-XNBxIre8MAc/TaFDAKNvy7I/AAAAAAAAACI/yNuSp-5Mdfo/s1600/6a00e554b11a2e8833013485e7edba970c-500wi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="http://2.bp.blogspot.com/-XNBxIre8MAc/TaFDAKNvy7I/AAAAAAAAACI/yNuSp-5Mdfo/s320/6a00e554b11a2e8833013485e7edba970c-500wi.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div align="left" class="MsoNormal" style="text-align: left;"><hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">[1] Veyzon Campos Muniz é bacharelando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Coordenador Adjunto do CUIC (desde 2010)</span><b>.</b></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"><o:p></o:p></span></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-73308397132043755632010-11-30T04:44:00.000-08:002011-04-08T22:01:57.118-07:00O Projeto CUIC: uma outra perspectiva para "aprender Direito”<div><div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Judith Martins-Costa[1]<o:p></o:p></span></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Um livro lido quando iniciava minha vida como professora da UFRGS, <i>El aprendizaje del aprendizaje</i>, de Juan Ramón Cappela, ajudou-me a compreender que há várias formas de aprendizagem: dentre as não-patológicas (que infelizmente, existem, e não são raras) estão a de <i>mera manutenção</i>, que nos ajuda na sobrevivência básica; a de <i>atualização</i>, praticada comumente na universidade; e a de <i>inovação</i> que consiste em aprender a enfrentar problemas e situações distintos dos conhecidos por quem ensina, dando-lhes soluções inéditas, pois aprender não é repetir nem recordar e, muito menos, decorar.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O difícil, porém, é que a aprendizagem inovadora nem pode ser ensinada diretamente nem depende exclusivamente da atividade de investigação e pesquisa, embora esteja a esta vinculada. A atividade dos professores apenas pode contribuir para a aprendizagem inovadora, diz ainda Cappela, se consegue transmitir não apenas os resultados de sua investigação, mas, fundamentalmente, a problemática que esses resultados colocam, ou, dito de outro modo, as perguntas para as quais quem ensina não tem respostas.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Fui encontrar reflexo prático dessa concepção já quase ao final do período de minha docência na UFRGS, por meio do CUIC, essa sigla que se transfigura e concretiza no corpo, alma, voz, inteligência e entusiasmo imbatível de cada um dos estudantes decididos a romper o círculo de giz que encapsula os juristas e transforma as faculdades de Direito, modo geral, no massificado<i> locus </i>de “aulários” (Capella), preparatórios – e, muitas vezes, mal preparatórios – de burocratas do pensamento.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A palavra ‘entusiasmo’ não foi acima empregada por acaso. Nas suas raízes gregas está o adjetivo <i>entheos</i>, isto é, ‘inspirado por um deus’. É, certamente, o deus da cultura que inspira o CUIC em cujo Estatuto está o escopo ‘precípuo’ de ‘proporcionar a interdisciplinaridade e o estudo das diferentes espécies de Artes, sempre sob o viés crítico’. O escopo vem sendo cumprido desde os finais de 2009. Realizou-se, então, o I Ciclo de Cinema em História do Direito, discutindo -, com Laura Beck Varela e Daniel Mitidiero e com o auxílio dos filmes <i>Le Retour de Martin Guerre</i> e <i>A última viagem do juiz Feng -</i>, o funcionamento da Justiça no Antigo Regime, pois sabem os integrantes do CUIC não existir projeto intelectual digno deste nome se afastadas as exigências da historicidade e da interdisciplinariedade. Seguiu-se seminário sobre Crime, Processo e Pena, presentes Kathrin Rosenfield, Danilo Knijnik, Alexandre Wunderlich, Moysés da Fontoura Pinto Neto, Tupinambá Pinto de Azevedo, Salo de Carvalho e Alexandre Costi Pandolfo a discutir questões suscitadas por <i>As bruxas de Salem</i>; <i>Doze homens e uma sentença</i>; <i>Seção Especial de Justiça</i>; e <i>Julgamento em Nuremberg</i>. e, ainda, mais recentemente, o encontro Aborto: questões éticas e jurídicas,<i> </i>o filme <i>O Aborto dos Outros,</i> sendo o fio condutor de um debate com José Roberto Goldim e Salo de Carvalho, e a mediação de Lucas do Nascimento, Dóris Amaral Kümmel e Clarissa de Baumont, integrando, exemplarmente, CUIC, CAAR e Grupo de Pesquisa em Ciências Criminais (GCrim/UFRGS).<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Para um ano, foi bastante – e não foi tudo. Conquanto verdadeiramente entusiasmante, o Projeto Cinema em Cena (CiCe) não esgota as atividades do CUIC. Seus membros também atuaram em debates do seminário MalEstar na Cultura, coordenado, em 2010, por Kathrin Rosenfeld e estiveram presentes na Semana Cultural da Faculdade de Direito, sempre buscando a integração entre os diferentes cursos universitários, único modo de dar sentido à palavra “universidade”. E, sobretudo, têm suas atividades ensinado a professores e alunos que uma aprendizagem inovadora não apenas desvela a relatividade das nossas certezas: dá-se fundamentalmente quando, mudando a perspectiva, habilitamo-nos a fazer perguntas para as quais não temos respostas.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><br clear="all" /> <o:p></o:p></span></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">[1] Judith Martins-Costa foi, até outubro de 2010, Professora da Faculdade de Direito da UFRGS, onde lecionou Direito Civil e coordenou seminários sobre Teoria Geral do Direito Privado, Fundamentos Culturais do Direito Privado e Direito e Literatura, dentre outros. Foi Coordenadora Acadêmica do Círculo Universitário de Integração e Cultura - CUIC entre novembro de 2009 a outubro de 2010. Livre Docente e Doutora pela Universidade de São Paulo, é autora de livros de doutrina jurídica<b>.</b></span><o:p></o:p></span></span></div></div></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-83549793548882234502010-11-30T04:27:00.000-08:002011-04-08T22:02:59.129-07:00Semana Cultural: tradição e ruptura políticas na Faculdade de Direito da UFRGS<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right; text-indent: 35.25pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif;">Lucas do Nascimento<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7578851556610600656&postID=8354979354888223450" name="_ftnref1"></a>[1]<o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center; text-indent: 35.25pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif;">De 17 a 20 de agosto de 2010 ocorreu a <i>Semana Cultural da Faculdade de Direito da UFRGS: Tradição e Ruptura na Formação Política Brasileira</i>, um evento organizado pelo Círculo Universitário de Integração e Cultura da UFRGS (CUIC/UFRGS) e pelo Centro Acadêmico André da Rocha (CAAR). Durante quatro noites, diversos temas foram abordados, dentre os quais: (1) história política da Faculdade de Direito da UFRGS; (2) figuras ilustres formadas pela Casa e sua trajetória na história do Brasil; (3) Machado de Assis e suas análises sobre o Império e República brasileiros; (4) Raymundo Faoro e sua vasta obra sobre o “estamento burocrático”; (5) Glauber Rocha, o Cinema Novo e o Golpe Militar de 1964; (6) possibilidades da democracia brasileira; (7) papel político do Juiz no Estado Democrático de Direito, dentre outros.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif;">Neste pequeno texto, gostaria de ressaltar a relevância de tal evento para o enriquecimento de nosso meio universitário. Sendo esta a primeira semana cultural já realizada na Faculdade de Direito da UFRGS, cumpre incitar os demais colegas a darem continuidade ao evento, consolidando a ruptura política alcançada com sua realização e reforçando uma nova e profícua tradição na Casa: a de promover atividades interdisciplinares pertinentes a um refletir e atuar cidadãos, para a comunidade universitária e sociedade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif;">Como um dos organizadores, cabe escrever que a jornada foi longa e os meses de trabalho muitos. Penamos; passamos dias na frente do computador, manhãs e noites em reunião; nos locomovemos como adoidados; conversamos com muitas pessoas; criamos diversos contatos, algumas amizades; abrimos portas e demos primeiros passos para a (re)aproximação entre o Direito e os cursos de Graduação e Pós-Graduação em Letras, Ciência Política, Sociologia, Cinema, História e Filosofia; ressaltamos o valor de nossa Faculdade; relembramos a importância que outrora o cenário jurídico representava em termos de personalidades de atuação política regional e nacional; refletimos muito sobre teoria política e acerca das possibilidades da democracia brasileira; mas, mais importante do que tudo, criamos uma outra realidade e novas perspectivas para aqueles que ingressaram há pouco na Faculdade de Direito da UFRGS, conforme era nosso objetivo. Onde estamos? Qual o nosso papel nesse <i>topos</i>?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif;">Queiramos ou não, mais do que falar de política, fizemos política. Quebramos muralhas de um castelo que seria inexpugnável, se não fosse a atuação e companheirismo de alunos protagonistas como o são os de Direito da UFRGS. Provocamos dores de cabeça, tiramos pessoas da passividade, inovamos, demos início a uma tradição, tratamos de revolução glauberiana ou faoriana, e vivemos uma. O estamento burocrático brasileiro vigora, e muito, no seio universitário, principalmente no meio jurídico e em uma Universidade Pública. Podemos ver e viver, dia a dia, o como esse estamento utiliza o Estado ou suas autarquias, no caso, a nossa Faculdade, para fins particulares. O que são concursos a portas fechadas? O que são professores que tratam a Faculdade como coisa sua? Aprendamos com Faoro, não de forma a nos satisfazermos com um mundo que se perfectibilizou, porque se compreendeu, mas de maneira a que, compreendendo a "mutabilidade constante" dos negócios humanos e conscientizando-nos do espaço e tempo em que vivemos, saibamos transformar o mundo, e fazer História.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif;">Fizemos História, a Semana Cultural, que, maior do que qualquer grupo político da Faculdade, espero tenha tão longa vida quanto a do rei.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-indent: 35.25pt;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif;"><br clear="all" /> <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="color: white; font-family: Arial, sans-serif;"> </span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-indent: 35.25pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">[1] Lucas do Nascimento é bacharelando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Coordenador Geral do CUIC (desde 2009).</span><o:p></o:p></span></div></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7578851556610600656.post-38476900883879242132010-11-15T13:28:00.000-08:002011-04-08T22:41:14.161-07:00Círculo Universitário de Integração e Cultura (CUIC)<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-hyphenate: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 14px;">O <b>CUIC - Círculo Universitário de Integração e Cultura</b> é um programa de extensão vinculado à <b>Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)</b>, que tem como objetivo principal proporcionar formas transdisciplinares de diálogo entre os alunos, profissionais e professores das mais diversas áreas do saber através da Arte (Cinema, Literatura, Teatro, Música). Todas as atividades são abertas ao público externo.</span></span></div>Círculo Universitário de Integração e Culturahttp://www.blogger.com/profile/00483124519256925800noreply@blogger.com0